Um quarto com vista - Edward Morgan Forster



Lucy (Miss Honeychurch) viaja com a sua tia, Miss Barlett (Charlotte) para Florença, a fim de passarem umas férias. Ao chegarem à pensão onde vão ficar alojadas, Miss Barlett reclama que os seus quartos não são apropriados por não terem vista para a cidade, tal como lhes tinha sido garantido. Mr. Emerson disponibiliza-se a trocar o seu quarto e o do filho, George, que tem a vista desejada pelas senhoras, pois a eles esse detalhe não lhes faz qualquer diferença...

Lucy parte à descoberta da cidade com o seu guia turístico, e num dos seus monumentos tem um encontro casual que pouco parece uma coincidência. De seguida, assiste numa praça a um episódio dramático, diferente do que seria de se esperar.

O ambiente de Florença é propício ao romance, e durante um passeio aos campos da Toscânia, num cenário adornado por violetas azuis, Lucy é inesperadamente beijada. Esse beijo deixa uma marca em Lucy que tenta esconder até de si própria quando regressa a Inglaterra com as suas convenções sociais.

Lucy pretende casar por uma mera formalidade de costumes sociais, mas não esquece facilmente as "violetas azuis".

Neste romance do início do século XX, a escrita de Forster é fácil de seguir. Algumas referências acrescentam-lhe interesse, como a Perséfone e a Decameron de Boccaccio, mas nem os personagens, nem a história foram memoráveis. Na minha opinião, Lucy é leviana, facilmente influenciável, e desprovida de interesse.

Tive pena de ter estado pouco tempo em Florença durante este livro, em comparação com Inglaterrra que ocupa uma segunda parte mais extensa. Foi mesmo como uma curta viagem de férias. Se já não se deve julgar o livro pela capa, devo acrescentar que também não se deve julgar pelo título.

Editora: Colecção Mil Folhas
Páginas: 221
ISBN: 84-8130-555-3
Tradução: Manuel de Seabra

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